Desafios da parentalidade em tempos de pandemia

Nunca a capacidade dos pais de cuidarem e educarem seus filhos foi colocada tanto à prova quanto durante a pandemia. Foram múltiplos os desafios: home office, homeschooling, isolamento social. As mães e pais que tiveram que abrir mão de seus empregos para cuidar dos pequenos ou que não puderam ajudá-los a estudar por causa de seus empregos. Os conflitos familiares e conjugais que se acentuaram no convívio direto. O luto pelos entes queridos que se foram por causa do COVID ou da falta de leitos e espaço nos hospitais. As fake news e os vídeos impróprios nos sites e zap-zap quase impossíveis de se evitar. O esgotamento físico e mental com as rotinas da casa. Além dos desafios já existentes para famílias de mãe/pai solteiros, pais-avós, famílias extensas (ou seja, com idosos e crianças em casa) e famílias com pessoas com deficiência.

Se em um primeiro momento os profissionais eram unânimes em certas afirmações sobre como criar filhos, com a pandemia muitas afirmações foram revistas. Educação, alimentação, lazer, tudo passou a ter um novo significado. Somente quem já viveu com o real desafio diário de uma criança ou um adolescente em casa sabe o quão pesada é toda essa rotina.

Existe solução ou uma fórmula mágica para sair "ileso" de todos os desafios que a pandemia trouxe? Com certeza não. Pelo menos, não que eu saiba. Mas se posso dar algumas dicas, aí vai:

- Não tente dar conta de tudo. Se não há ajuda dentro da família (pais, irmãos, primos, sogros, cunhados), procure ajuda com profissionais devidamente capacitados e habilitados por um conselho regional como psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos e dentistas.

- Não tente controlar tudo, muita coisa irá acontecer sem que você queira. Quanto antes aceitarmos nossa própria infalibilidade, mais fácil será lidar com cada situação.

- "First things first": defina suas prioridades. Separar um tempo com os filhos é benéfico e também é uma prioridade, encontre formas de se aproximar deles e se conectar a eles, respeitando os limites da relação (ainda que queira ser o/a melhor amigo/a dos filhos, você é pai/mãe deles em primeiro lugar).

- Procure facilitar sua vida, crie rotinas que realmente são possíveis de serem cumpridas e não acredite em tudo que lê ou ouve, as pessoas nem sempre são totalmente verdadeiras naquilo que dizem ou que postam.

- Seja feliz! Não aquela felicidade constante e imaginária, mas aquela felicidade que possui momentos bons e momentos não tão bons, com um balanço positivo. Pais felizes criam filhos felizes.




Fiquem bem e cuidem-se.


Raquel Berg - Psicóloga Clínica
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